terça-feira, 23 de março de 2010

O frescor da piração (Alguma Coisa Que Sou Eu)



Vão os olhos lá onde não alcança a mão
Esconde-se o medo do mar da viração
Corre, com esperança e sem direção
Invade um espaço interior que mal conhece
Um sentimento tão profundo quanto o fim
E tão raso que toca-lhe abaixo o calcanhar.

Invade em si um sentimento de perdição voluntária, que desconhecia por viver no mais profundo recôncavo de seu coração - já esquecido e infrequente de visitas.

Nessa inexistência compulsória - que revigora e massacra -, eu vivo. E não seria demais dizer que existo exageradamente. Sou uma entrega sempre sem endereço, sem adereço, vazia. E que dizer desses sentimentos que explodem em mim? Não sou vazio, mas há que ter-se a senha, a forma correta de abrir.

A olhos breves, nada significo; mas, sob o olhar certo, sou o léxico suficiente para uma vida toda.



As primaveras precisam de ti. Rilke

Um comentário:

Camila Andrade disse...

esse é para se ler sem pausa!


Boa Semana.