É de se pensar em escrever sobre a rotina de vestibulando, mas isso já é tão entediante todos os dias. Quase claustrofóbico. Quase enjoado de tudo, falo sobre as borboletas.
As lagartas, tão frágeis, nascem e ficam por ali, rondando as folhas. Comendo seus pedaços, das beiradas para o meio. Tentando crescer. Se desenvolver. Quando suficientemente alimentadas do que é para elas o que a ambrosia era para os heróis mitológicos, deitam-se consigo e esperam. Esperam até a hora certa para sair. Esperam presas num casulo que fazem por si próprias, onde querem permanecer; no seu regaço íntimo, sem interferências, sem nada.
Mais intrigantes que as lagartas, são os seres em que elas se transformam. Antes, uma forma desjeitosa e agressiva; agora, tudo é leve e colorido. Tudo é lindo e encantador. É ao que as lagartas aspiram a vida toda: criar asas de todas as cores do arco-íris, todos os tons da imaginação e flutuar pelos jardins de flores e aromas, sem limites.
Seríamos nós também assim?
O ser humano quer demais e às vezes não se basta comer, comer e comer. Não é tendo tudo que se alcança o que realmente quer. É necessário ter-se às vezes, e a mais nada.
Mesmo depois de tanto tempo em função da metamorfose supradescrita, a realização das borboletas, às vezes, não dura sequer um dia inteiro. Mas isso não as impede de tentar.
Um comentário:
Ia dizer exatamente a sua conclusão.
Acho que nós, humanos, realmente nos assemelhamos às borboletas.
E é saindo do casulo que crescemos, deixamos de ter toda aquela proteção e precisamos encarar a vida como ela é e o mais sabiamente possível!
Postar um comentário