sábado, 6 de junho de 2009

Fez-se em mim. Um soneto.



O feio, a fera, a falha que me enforca
O fato na ferida que me talho
Me falta a ficha que por mim não cai
O falho, a forca, a pausa no trabalho


Pois que não fosse à força fazer-me
Em função de tudo o que afeta a vida
De fato e tanto, por tentar-me ter
Entre o que oferta a vida enfraquecida,


Faria-me melhor - teria cores fortes
Teria azuis, amarelo-ocres embora,
Apesar da ilusão de alguma essência


De um coração que não espera nem parte
E em verso e tato e festa se elabora,
Eu seja só morte vã sem substância.

Um comentário:

ferusth disse...

um soneto decassílabo!?!?
fiquei imprecionada agora...
simplesmente adorei...