Quero fazer uma história, mas não sei como começar, não tenho o que escrever. Acho que vou dar uma encarnada na Alice e tentar encontrar o meu "Pays des merveilleux".
Quem me dera que o sol fosse azul celeste e, o resto do céu, amarelo brilhante. Incandescente. Talvez assim ele ofuscasse minha visão, de forma que eu poupasse meus olhos dos absurdos que se espalham pelo mundo...
Quando reabri os olhos, já era noite e eu só via a meia lua no meio do céu escuro. Não era o sorriso do gato. Na verdade, parecia mais uma banana... e eu estava com fome. Achei que eu estivesse andando sobre uma estrada de tijolos amarelos, mas lembrei que isso é de outra história. Era só um caminho de terra, ladeado por grama e árvores esparsas. Incrível como, mesmo à noite, eu via tudo de forma tão clara.
Quase caí quando, no fim do caminho, se abria um precipício. Eu poderia jurar que era o Tártaro e que Cronos me chamava com sua voz sombria. Mas, de repente, uma luzinha apareceu e veio em minha direção... um farol... tinha hélices... uma cadeira voadora?! Parou na minha frente e me sentei. Saímos voando até o que eu achei ser o outro lado do tal precipício.
Quadrado?! Eu estava num quadrado no meio do que me parecia ser o Tártaro. A cadeirinha sumiu e eu fiquei ali. Começou a chover, mas as gotas não me molhavam; foram enchendo o precipício até meu quadrado começar a se mover. Era um barco. Cheguei, finalmente, à terra firme e vi um enorme campo florido.
Quatro anões e três porquinhos vieram em minha direção - os outros três anões ficaram com a Branca de Neve, protegendo-a do lobo-mau. Eles gritaram:
_Quieto, quelônio! Vamos te pegar.
Queijo?!Sim, eu estava vendo um queijo e saí correndo para pegá-lo. Os anões e porquinhos atrás de mim. O queijo sumiu logo que eu dei a primeira mordida. Ainda era noite. Um vagalume passou piscando e os anões estavam quase me alcançando. Eles eram maiores do que eu pensava. E estavam crescendo. Não! Eu é que estava diminuindo.
Quando estava bem pequeno e me sentindo perdido na grama, o vagalume pousou ao meu lado. Eu e ele obedecíamos à proporção entre uma pessoa e um cavalo, respectivamente. Ele tinha uma expressão permissiva; montei em suas costas, deixando as asas livres, e voamos, brilhando, sobre cogumelos, formigueiros e pequenas poças d'água, nos desviando das inúmeras flores multicoloridas, até pararmos sobre um enorme galho caído. Havia uma máquina de fiar e uma aranha com cara de bruxa costurando lá. Ela me incentivou a tentar costurar e de repente me espetou o dedo com sua quelícera, pontiaguda como uma agulha. Minha mão começou a inchar e em seguida eu estava do meu tamanho normal, mas não parei de crescer. Eu devia ter uns seis metros quando me senti mais leve. Olhei para baixo e vi uma nuvem sob meus pés, me fazendo voar. De repente, eu estava dentro de um castelo no céu cuja decoração eu adorava, parecia até minha própria casa. Três crianças me esperavam na porta. Ao abrí-la, percebi que por fora, todo o castelo era coberto de chantilly, chocolates e confeitos coloridos - a própria porta era uma grande barra de chocolate. Então, a menina disse "Eu sou Maria!" e os meninos, em uníssono, "Eu sou João!" ("Com certidão de nascimentooooo, sou cidadão" - musiquinha de propaganda da globo). Enfim, eles entraram e logo uma galinha um pouco maior que eles veio correndo e cacarejando. Não! Ela falava... e usava um avental como uma empregada doméstica. Fiscalizava os dedos de João e Maria enquanto botava ovos de ouro. Constatou que as crianças não estavam boas para comer e as prendeu na cozinha.
Quem me dera que o sol fosse azul celeste e, o resto do céu, amarelo brilhante. Incandescente. Talvez assim ele ofuscasse minha visão, de forma que eu poupasse meus olhos dos absurdos que se espalham pelo mundo...
Quando reabri os olhos, já era noite e eu só via a meia lua no meio do céu escuro. Não era o sorriso do gato. Na verdade, parecia mais uma banana... e eu estava com fome. Achei que eu estivesse andando sobre uma estrada de tijolos amarelos, mas lembrei que isso é de outra história. Era só um caminho de terra, ladeado por grama e árvores esparsas. Incrível como, mesmo à noite, eu via tudo de forma tão clara.
Quase caí quando, no fim do caminho, se abria um precipício. Eu poderia jurar que era o Tártaro e que Cronos me chamava com sua voz sombria. Mas, de repente, uma luzinha apareceu e veio em minha direção... um farol... tinha hélices... uma cadeira voadora?! Parou na minha frente e me sentei. Saímos voando até o que eu achei ser o outro lado do tal precipício.
Quadrado?! Eu estava num quadrado no meio do que me parecia ser o Tártaro. A cadeirinha sumiu e eu fiquei ali. Começou a chover, mas as gotas não me molhavam; foram enchendo o precipício até meu quadrado começar a se mover. Era um barco. Cheguei, finalmente, à terra firme e vi um enorme campo florido.
Quatro anões e três porquinhos vieram em minha direção - os outros três anões ficaram com a Branca de Neve, protegendo-a do lobo-mau. Eles gritaram:
_Quieto, quelônio! Vamos te pegar.
Queijo?!Sim, eu estava vendo um queijo e saí correndo para pegá-lo. Os anões e porquinhos atrás de mim. O queijo sumiu logo que eu dei a primeira mordida. Ainda era noite. Um vagalume passou piscando e os anões estavam quase me alcançando. Eles eram maiores do que eu pensava. E estavam crescendo. Não! Eu é que estava diminuindo.
Quando estava bem pequeno e me sentindo perdido na grama, o vagalume pousou ao meu lado. Eu e ele obedecíamos à proporção entre uma pessoa e um cavalo, respectivamente. Ele tinha uma expressão permissiva; montei em suas costas, deixando as asas livres, e voamos, brilhando, sobre cogumelos, formigueiros e pequenas poças d'água, nos desviando das inúmeras flores multicoloridas, até pararmos sobre um enorme galho caído. Havia uma máquina de fiar e uma aranha com cara de bruxa costurando lá. Ela me incentivou a tentar costurar e de repente me espetou o dedo com sua quelícera, pontiaguda como uma agulha. Minha mão começou a inchar e em seguida eu estava do meu tamanho normal, mas não parei de crescer. Eu devia ter uns seis metros quando me senti mais leve. Olhei para baixo e vi uma nuvem sob meus pés, me fazendo voar. De repente, eu estava dentro de um castelo no céu cuja decoração eu adorava, parecia até minha própria casa. Três crianças me esperavam na porta. Ao abrí-la, percebi que por fora, todo o castelo era coberto de chantilly, chocolates e confeitos coloridos - a própria porta era uma grande barra de chocolate. Então, a menina disse "Eu sou Maria!" e os meninos, em uníssono, "Eu sou João!" ("Com certidão de nascimentooooo, sou cidadão" - musiquinha de propaganda da globo). Enfim, eles entraram e logo uma galinha um pouco maior que eles veio correndo e cacarejando. Não! Ela falava... e usava um avental como uma empregada doméstica. Fiscalizava os dedos de João e Maria enquanto botava ovos de ouro. Constatou que as crianças não estavam boas para comer e as prendeu na cozinha.
Quando voltou, o outro João já estava descendo pelo pé de feijão levando todos os seus ovos de ouro. Enquanto se distraía com isso, as outras crianças fugiram, batendo a porta.
Quindim!!! Foi isso que eu vi caindo do teto. O apanhei e dei uma mordida. Como o queijo, ele sumiu. Comecei a encolher e, finalmente, cheguei ao meu tamanho normal. Encontrei uma ratinha do meu tamanho chamada Rá, que possuía, em lugar do rabo, uma longa trança. Ela a jogou pela janela, sugerindo que eu a usasse para descer. Foi o que eu fiz. Acabei caindo dentro de uma Igreja e batendo em um sino que não parou mais de badalar.
_Quasímodo? - ouvi uma voz de mulher chamando.
_Que foi, Esmeralda? - disse uma voz masculina um tanto estranha.
Queria saber o que eles conversaram, mas fui repentinamente tragado pelo sino e reapareci dentro de uma festa de gala. Ainda ouvia o barulho do sino. As doze badaladas da meia-noite. Uma moça passou correndo por mim e seu sapatinho caiu de seu pé. Tentei correr para devolvê-lo, mas então eu estava voando circundado por uma poeira dourada brilhante e com uma fada ao meu lado. Nos aproximávamos cada vez mais do céu negro. Vi um ponto de luz que torci para não ser denovo a maldita cadeira. Tudo foi ficando branco; era neve. A luz vinha de um poste solitário em meio à floresta congelada. Fui procurar a fada e de repente ela era uma menininha que puxava meu braço. Passamos por alguns casacos de pele e nos lançamos por uma porta que me levou a uma sala em cujo centro havia uma rosa dentro de um recipiente elíptico de vidro. A menina sumiu. A flor era guardada, de um lado, por um humanóide-fera e sua bela acompanhante; e do outro, por um menino loiro que usava um longo cachecol e segurava uma folha de papel com uma caixa desenhada. Uma raposa vermelha brincava a seus pés enquanto o casal conversava com, entre outros utensílios domésticos animados, um castiçal e um relógio. O vestido da mulher era tão amarelo quanto o cabelo do menino. Eram brilhantes. Incandescentes. Chegavam mais perto de mim. O farol da cadeira, o vagalume e o pó dourado que me fazia voar... os supostos tijolos da estrada, os ovos de ouro e a luz do poste... Amarelo. Quente. Próximo. Próximo.
Quente!
Quase não consegui abrir os olhos quando acordei e vi o sol... Acho que andei sonhando com coisas um pouco absurdas... Preciso de um analgésico... A cabeça dói...
2 comentários:
*-----------* mto bom!! hahahahaha
adoramooos! muito legal, e abstrato 8)
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