sábado, 15 de junho de 2013

Mate


Desta vez, eu não joguei sozinho.
Eram dois jogos, dois jogadores; duas apostas distintas, porém de mesmo valor.
Nós jogamos, não ganhamos.

Eu não podia dizer se você blefava ou se era só a minha incerteza de principiante. Seus olhos tão focados em mim não me deixavam te ver. E eu estava cheio de cartas na manga, jogadas planejadas para te desestruturar, para te acertar. Quando vacilei, você não pode entender o meu jogo e perdemos.
Ainda não sei dizer, também, se éramos um time ou uma dupla de rivais. Nem sei dizer o que ficou por ser dito, o que ficou por ser sentido, o que faltou. Faltou.
Não consegui reagir ao "Você é quem sabe" que ecoa na minha cabeça. Parceiros ou não, estávamos no mesmo jogo e qualquer movimento meu não deveria ser sabido por mim, mas consequência da rodada.
Quando o seu rei está em xeque, é ineficiente emboscar o rei inimigo. Quando a mão do companheiro no baralho está cheia, é ineficiente encher a sua também.
Ao me entregar a ação, decidi. Decidi mal.
Perdi. Perdeu.
Perdemo-nos.



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