quarta-feira, 24 de abril de 2013

Marcha


Ando já com o juízo,/ Marília, tão perturbado,
Que no mesmo aberto sulcro/ Meto de novo o arado.
Tomás A Gonzaga


Teu olhar enevoado, tuas lágrimas pesadas, teu querer inconcebível, tua voz descompassada, tuas mãos frias, teus problemas, tuas carícias: o que me importam?
O que me importa consolar-te agora? Se, quando pensei em te amar, te encontrei em meio a tantas ocupações sem importância, midiáticas? Tua expressão polida e tuas atitudes enceradas no meio dessa confusão de interesses que escorregam para longe dos meus, me importam? Depois de tantas emoções sem cura dessa doença vazia, de tanta lástima: nada.
Segue teu caminho; ele já se separou do meu.



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