Ela, em seu eterno inverno,estava com um vestido branco, quase de noiva, no canto do salão. Lá, só se viam seus apagados olhos verdes.
Corria os olhos pelos olhos que dançavam. A música... a música não importava, afinal, suas intenções ali eram outras que não o baile em si.
Ele - todo vestido de preto, salvo a gravata verde-limão - veio na direção dela e tirou-a para dançar.
Rodopiaram pelo salão de uma forma que ela nunca fizera e a música lenta dos violinos agora enchia seus ouvidos.
De repente, uma voz grave disse:
_Está tudo bem?
Seus olhos pesavam. Não é possível! Ela, em cujo coração descompassado retumbavam as lamuriantes lembranças do amor que não tivera, debruçada sobre a mesa no canto escuro do salão, estivera a sonhar com sua primavera. Agora, via o quão longe parecia estar de alcançá-la.
Mas a gravata verde-limão do homem de voz grave lhe era familiar.
_Quer dançar? - ele perguntou.
E ela floresceu.
4 comentários:
Adoro ter o privilégio de ser a 1ª a ler seus textos, ainda quentes, ainda no papel, ainda com cheiro de comida fresca. E de ser a 1ª a comentar sua última obra, escrita ao meu lado!
Aposto que seu coração também descompassado retumba ao chegar perto da sua musa. To certa? Quando seu texto se realizar quero estar nesse salão pra rir da sua cara... HUASUHASUHAUHS
Vou te dar uma gravata verde-limão de aniversário!
mta
lembrei daquela música do chico, valsinha.
Encantador!
Lembrei de uma das minhas primeiras postagens!(Caso queria ler: http://jujubaseelefantesmurchos.blogspot.com/2008/07/sonhos-de-pltano.html)
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